
Mula sem Cabeça, por Paula Chimanovitch
Quando se pensa em folclore na escola, é frequente relacionar a temática ao universo infantil, não é verdade? Brincadeiras, desenhos livre, peças de teatro fazem parte da programação do mês do folclore em muitas escolas. Mas e o público jovem? Parece que quando o aluno avança para o Ensino Médio, folclore vira coisa do passado.
Mas folclore não é passado, é presente. É vivência, identidade e pertencimento. Já pensou em levar para a sala de aula uma abordagem diferente sobre folclore, que junte mitos brasileiros com temáticas sociais? Este é o Popularium, um podcast sobre mitos e lendas como você nunca ouviu.
Você pode baixar cada um dos programas gratuitamente clicando nas imagens correspondentes. O roteiro, com referências bibliográficas, está no link logo depois. Confiram!
No programa Piloto, falamos da mula sem cabeça como um mito de restrição do feminino. Questionamos, a partir do mito, essa sociedade que naturaliza o abuso e transforma a mulher em um monstro que abandona a razão – daí o sem cabeça.
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André Mesquita – Fortaleza/CE
“Durante um curso de Literatura e seus desdobramentos em sala de aula, os alunos ressaltavam apenas o caráter infantil do folclore. Pedi a palavra e mencionei o episódio da Mulher do Padre. Vários alunos se interessaram e quiseram saber mais. Tenho certeza que vão passar a enxergar com outros olhos as histórias da nossa cultura”.
No programa sobre o Boto Cor de Rosa, o tratamos como um mito colonizador da exploração, sedução e abandono. Algo peculiar às sociedades capitalistas, que abusam da Amazônia como da cabocla, deixando-a prenha de dívidas e dúvidas.
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Tratamos do Jurupari – um mito da incomunicabilidade. Entendido por muitos séculos como o Demônio entre os índios, Jurupari é mais do que isso. Mas para entender, é preciso nos despir de nossas referências e buscar efetivamente o diálogo com o outro.
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Apresentamos a Iara como mito da violência eufemizada, que passou da brutalidade do Ipupiara para a sexualidade mortal da sereia brasileira. Acesse o site aqui. Leia o roteiro aqui.
No programa, vamos investigar racismo e folclore a partir dos chamados “duendes negros”: Romãozinho, Saci e Negrinho do Pastoreio. O que essas narrativas de violência e dominação ainda dizem sobre nossos tempos?
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Neste programa, falamos sobre os papa figos. Homens ricos e poderosos, contaminados com uma terrível moléstia. A única cura possível: o sangue e o fígado de meninos sequestrados pelos homens do saco que os servem.
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Revisito neste episódio minha dissertação de mestrado para falar dos mitos e lendas sobre tesouros enterrados: Mãe do Ouro, Enterros, Botijas, Casas de Mbororé. Exploramos as raízes de nosso fascínio pelo ouro, este metal ligado ao imaginário da vida eterna, que expõe o que temos de melhor e pior.
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Neste programa, falamos sobre os lobisomens e outros mitos que correm o fado: tardos, corrilário e peeiras dos lobos, criaturas do folclore português e que pautam várias das aparições dos licantropos brasileiros. São mitos da violência oculta e do medo do outro.
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Partindo da polêmica sobre a liberação da área da Reserva Nacional de Cobre e Associados para a exploração da iniciativa privada, este programa trata dos mitos da regulação do homem com a natureza, e dos tributos que exigem para sua sustentabilidade: curupiras, kurupis, caiporas, maozões e comadres fulozinhas.
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Caboclos e Negro D’águas marcam sua presença nesta temporada. Falar deles é, ao mesmo tempo, tratar dos encantados que habitam as águas do Velho Chico. Histórias fantásticas que grupos políticos e cristãos estão se esforçando tanto para apagar.
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No último episódio do Popularium, fechando a temporada com 10 programas, vamos investigar o mais brasileiro dos mitos: o saci. Percorremos todas as imagens que constelam ao redor do encantado: o fragmento de lua, o pássaro, o duende, o demônio e o escravo. Exploramos Sacis Pererês, Jacys Jaterés, Matintas Perês, Fradinhos da Mão Furada e Trasgos.
Parabéns Andriolli! Teu trabalho é sensacional, admiro muito. Comecei a me interessar sobre folclore faz pouco tempo mas teu trabalho é inspirador. O popularium é muito bom, tô adorando!
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Muito obrigado, Mauro! Fico feliz de compartilhar minhas paixões. Grande abraço!
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Parabéns! É maravilhoso saber que tem mais pessoas interessadas nesse tema e que tem um trabalho voltado para a escola.
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