Por Andriolli Costa
Você provavelmente se lembra da peça acima. Do contrário, saiba que ela movimentou intermináveis discussões nas redes sociais em 2015. O “dressgate”, como alguns chamavam completou 3 anos esta semana, e girava em torno da grande inquietação: “qual a cor desse vestido”?
Uma imagem estourada sugeria que, ao diminuir o contraste, a roupa era amarela e dourada. Porém, ao aumentá-lo, ela poderia ser azul e preta. E na desimportância do resultado, muita gente bateu boca, trocaram ofensas ou debocharam da incapacidade do outro de ver a “resposta óbvia” à sua frente.
Este que parece ser um problema extremamente contemporâneo, daqueles usados para criticar gerações ou a futilidade das discussões na rede, tem espelhamento numa antiga história do povo Yorubá.
Dizem que havia dois fazendeiros que eram amigos há muitos e muitos anos, e que tinham suas propriedades uma ao lado da outra. Pois certo dia Exu resolveu lhes pregar uma peça. Passou a caminhar na fronteira entre as duas terras com um chapéu que de um lado era preto, do outro era branco.
– Viu o chapéu branco de Exu?
– Qual branco o quê, o chapéu é preto!
Não demorou muito para a confusão começar. O deboche virou irritação, a irritação virou ranço e os dois fazendeiros, agarrados às suas próprias certezas, romperam por fim a amizade.
o twitter do colecionador de saci morreu?
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Sim, cara! O script que retweetava tudo que se falava de saci deixou de funcionar com atualização do Twitter. Agora estou só no @andriolli
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