
Marcelo Tupinmbá (1889-1953)
Esta canção, sob o título de Mythologia Brasileira – Sacy Pererê (lenda sertaneja, foi publicada nos classificados do jornal O Estado de S.Paulo em 02/03/1917. Os versos são de José Elloy (Arlindo Leal) e a música de Marcello Tupynambá. Ao final, um endereço indicava onde o interessado poderia adquirir seus exemplares. Confira abaixo:
I
Lá no alto do sertão,
Quando ronca a trovoada
Ninguém passa num valão
Que fica pra lá da estrada.
Ninguém passa, não, porquê
Lá é a toca do malvado
Sacy Pererê
Que anda sempre asanhado
Fazendo pirraça
Sustando quem passa,
E sempre a dizê:
Sacy-Pererê (bis).
II
O sacy não é brinquedo
Na noite de cerração
Mete susto, mete medo,
A quarqué um valentão.
Sempre, sempre, ouvi dizê
(Por medroso não me tome)
Sacy Pererê,
É pió que lobisomem,
Fazendo pirraça,
Sustando quem passa,
E sempre a dizê:
Sacy-Pererê (bis).
III
Dizem todos que o Sacy
É mais feio que o tinhoso
Corre mais do que quati
É caoio e defeituoso…
Toda a gente assim o crê
E diz logo, escojurando,
Sacy Pererê.
É uma arma que tá penando
Fazendo pirraça
Sustando quem passa,
E sempre a dizê:
Sacy Pererê (bis);