Quando o vento remexe do terreiro
A poeira que nos ares rodopia,
De rosto empipocado, mas brejeiro,
O saci dá cambotas e assobia.
Apesar de perneta, o feiticeiro
Vive só a fazer estripulias:
Sova o pingo, desgalha o cafeeiro
E faz por toda parte uma arrelia
Não tem morada certa: é vagabundo
Expulso dos internos veio ao mundo,
Por ser demais perverso é malcriado.
E na terra onde vive por castigo,
Contando em cada canto um inimigo
Vai pagando de todos – o pecado.
(Em LOBATO, Monteiro. O saci-pererê; resultado de um inquérito. São Paulo: Globo, 2008. p.163)
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