Estátua de Saci #Saci100

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Texto da Revista Saci Pererê – 100 anos do Inquérito. Clique aqui para ler e baixar.

Graças ao paraense Erinaldo Cardoso Lima, 44 anos, avistamentos de Saci estão cada vez mais frequentes pelo sudeste brasileiro. Há relatos em Uruguaiana, na Feira de São Cristóvão e no Museu do Futuro lá no Rio de Janeiro. Desde o final de 2016, no entanto, há informes do Pererê principalmente nos pontos mais movimentados da Avenida Paulista. Cada relato traz a prova cabal do avistamento. Afinal, são mais de 1000 fotos que ele tira por dia incorporando o saci como estátua viva pela cidade. As selfies com o perneta fazendo cara de mau são as mais procuradas.

Erinaldo perdeu a perna aos 20 anos de idade em um acidente automotivo. Só aos 23 conseguiu colocar uma perna. Saltando de emprego em emprego, e de cidade em cidade, acabou no Rio de Janeiro com 500 reais no bolso, mulher e os cinco filhos. A ideia que hoje lhe garante o sustento veio quando viu na TV um duende perneta saltitando no desenho animado do Sítio do Picapau Amarelo, em 2013. Era o começo de tudo.

A perna ele já não tinha. A carapuça e a bermuda vermelha foi fácil de arranjar. A cor também não seria um problema. Erinaldo, que é branco, usa malha preta, luvas e tinta para viver o negrinho. O primeiro dia de trabalho foi na Copa das Confederações. Sucesso imediato.

De lá para cá foram muitas histórias, dignas de um legítimo Pererê. Erinaldo já foi contratado por funcionários de uma empresa para dar um susto no chefe. Já foi abordado por militares com medo de assombração. Até no baile funk ele já foi arriscar umas batidas.

Tudo que sabe sobre saci, Erinaldo aprendeu com uma professora de História especializada em folclore que lhe encontrou na rua. “Existe algo de maravilhoso no mito do saci que gera muita empatia”, reflete em entrevista ao O Globo. Só um cuidado ele não deixa de tomar: “As crianças adoram, mas quando elas chegam, eu escondo o cachimbo”.

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