Por Andriolli Costa
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Bem-vindos à nossa Poranduba, o podcast sobre as histórias fantásticas do folclore brasileiro! No programa de hoje, começamos a expandir a discussão iniciada no programa passado, que trouxe a mesa “Folclore e Orixás em Ação”. No primeiro bloco vamos abordar o conceito de folclore, algo fundamental para um podcast que se propõe a mergulhar sobre esse tema. No segundo, vamos trazer indicações de obras que abordem pela perspectiva da fantasia o universo dos Orixás. A começar pela dramatização do primeiro capítulo do livro Aimó, de Reginaldo Prandi.
Apresentação e edição: Andriolli Costa.
Vinheta de Abertura: Danilo Vieira Battistini, do podcast O Contador de Histórias.
Logo do podcast: Mauro Adriano Muller – Portfólio.
– Canto de abertura e encerramento do povo Ashaninka
– A história abre com um canto canto aos Eguns, como é o caso de Aimó
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Agradecemos nossas madrinhas e padrinhos: Carolina Mancini, Débora Dalmolin, Douglas Rainho, Ian Fraser, Ricardo Santos e Thiago Freitas.

Itan Project, de Stephen Hamilton
- Compre aqui Aimó, de Reginaldo Prandi
- William John Thoms e o Folk Lore
- Jacob Grimm – Deutsche Mythologie
- Rossini Tavares – A Ciência do Folclore
- Carta do Folclore Brasileiro (1995)
- Edison Carneiro – A Dinâmica do Folclore
- Michel Teló é Cultura Popular?
- Gedeon Alencar – Protestantismo Tupiniquim. Hipóteses Sobre a (não) Contribuição Evangélica à Cultura Brasileira (2005)
- Capoeira Gospel
- Bolinho de Jesus
- PJ Pereira – Deuses de Dois Mundos (Livro 1, Livro 2, Livro 3)
- Francisco de Assis Oluafefé – Orun – Ayé: Guerra Santa
- Hugo Canuto – Contos dos Orixás
- Alex Mir – Orixás do Orun ao Ayê / Dias do Silêncio
- Oduduwa – “Há muito espiritismo nos quadrinhos nigerianos”? (Link)
- Rise of the Orisha – Yemanjá
- Stephen Hamilton – Itan Project
- Aruanda Agência Literária – Coletânea de Contos Umbandistas
Legal essa discussão de conceitos, afinal, palavras tem poder.
Sobre a “troca cultura espontânea” que embasa o folclore, isso me lembra muito a minha infância no interiorzinho de Goiás. Na pequena cidade onde cresci, nós tínhamos todos os anos a festa junina escola e nesse evento, além da quadrilha, havia catira. Mas, de fato, era algo muito enlatado, com passos tirados da internet e, mais especificadamente a catira, os alunos nem sabiam a história dessa dança ou seus valores culturais. Apenas reproduzíamos passos que nos eram passados como qualquer atividade escolar. Ou seja, uma festa “rural e religiosa” transformado em algo sem significado.
Todavia, as “festas de folia”, a folclórica “Folia de Reis”, era algo muito orgânico, porque era nítida a relação não só de verdadeira devoção e fé dos participantes, como o transito cultura entre os foliões e as novas gerações. As pessoas vão a elas que qualquer estrato social e são iguais lá, com todos se esforçando iguais para oferecer pouso, almoço e jantar aos foliões, não importando a condição financeira ou estrutural do festeiro. Inclusive, lembro de me divertir muito mais nessas festas que nas “quadrilhas”, principalmente com os “palhaços”.
Inclusive, meu avô que já foi folião e, sempre que passam na fazenda dele, os recebe como festeiro, foi quem me contou todos os “segredos de ser um bom palhaço”, como não dançar na frente da bandeira, como ser engraçado o bastante para conseguir doações sem ser muito atrevido, como lidar com crianças que podem se assustar com suas máscaras, etc.
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Sensacional! É bem isso, o folclore é espontâneo, no sentido de que não é preciso forçar para que surja o sentimento de pertencimento. Ele contagia. Gosto muito da folia de reis, e já conversei com um menino que era palhaço (ou bastião). Ele participava da folia para cumprir a promessa de seu irmão, que morreu antes de completar os anos de dedicação prometida à folia de reis. Tradição até as últimas!
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Excelente podcast e muito interessante essa discussão. Fiquei intrigado com algo, posso estar falando bobagem, mas até onde entidades e figuras de origem indígena são folclore? Por exemplo, não é errado considerar deuses e outras entidades indígenas como folclore mesmo quando não consideramos entidades cristãs. Fiquei curioso sobre isso, até onde uma tradição indígena é integrante ao folclore brasileiro, pois vejo em vários lugares citarem supostas lendas amazônicas de origem indígena como exemplo de folclore, mas muitas vezes sequer são lendas.
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