Ilustradores compartilham visões do Jurupari

Em 2006, mais de 10 anos antes dos collabs entre ilustradores se popularizarem pela rede, o blog Tive Uma Ideia iniciou uma proposta inusitada. Toda semana um tema era postado como desafio para os ilustradores convidados. Na segunda-feira seguinte, o resultado virava post.

O bacana é que o primeiro post deste estilo, em janeiro daquele ano, trazia como tema o Jurupari. Este mito indígena, bastante pouco compreendido pelos intérpretes, foi tido durante muito tempo como o equivalente a Satanás para os povos nativos. Reflexo, é claro, de uma visão colonialista e calcada na cristandade.

Hoje, as visões sobre Jurupari são bastante plurais: ele é o legislador que trouxe segredos para os homens; é o espírito da boca torta que devora quem se perde na mata; é o pesadelo que prende os homens na cama. Todos são Jurupari, esse ser sem forma, rosto ou função claramente definida.

Justamente por isso é especialmente interessante ver a interpretação que os ilustradores deram à criatura. Marcos Miller, por exemplo, parece ter encontrado suas referências não apenas no pesadelo e em texturas que fazem referência à cultura indígena, mas também ao peixe Satanoperca Jurupari, o “peixe do demônio” batizado em homenagem ao mito.

Naomi Covacs, por sua vez, provavelmente fez referência à lenda do Guaraná. Dizem que Jurupari se transformou em serpente e matou um menino tocado por Tupã. Outros se centraram nas imagens de espírito, e ainda aqueles que focaram na devoração de humanos. O resultado você confere abaixo.

Marcos Miller

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Naomi Covacs

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Diego Sanches

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Tiago Lacerda

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Eduardo Arruda

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Giselle Carvalho

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Márcio de Castro

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