[#Saci100] Saci em Animação

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Texto da Revista Saci Pererê – 100 anos do Inquérito. Clique aqui para ler e baixar.

Por Andriolli Costa

Humberto Avelar, que hoje dirige a animação do Sítio do Picapau Amarelo, produziu em 2003 pela Multirio uma série muito importante para a divulgação do folclore brasileiro: a Juro que Vi. Com acabamento impecável, narração de artistas famosos e uma estética que privilegia mostrar do que descrever em palavras, a série convida à imaginação.

O Saci, a última das animações da série, feita em 2009, mostra o duende brasileiro ensinando uma importante lição para um amargurado fazendeiro: sempre é tempo de recomeçar, de dar valor ao que é realmente importante, de manter vivo nosso espírito de criança.

Renato Leôncio produziu o curta Somos todos Saci (2012) no curso de animação da escola de cinema Méliès, Com pouco mais de um minuto, a história mostra os embates do saci para entrar no paraíso dos mitos antigos. A grande diversão no curta são os créditos finais, que mostram o duende brasileiro trançando o cabelo de Thor, enganando a Medusa, debochando de Anubis.

Em 2016, o ilustrador Romont Willy criou uma série em seu canal do Youtube chamada Histórias de Sacis. A ideia é sempre trazer o perneta em encontro com algum outro ser fantástico. Ao longo do ano, publicou dois vídeos: A Lenda, em que saci encontra uma lâmpada mágica e tem direito a três desejos; e O Beijo, onde dá de cara com a cabana da bruxa, enquanto ela prepara seu estoque de maçãs envenenadas. Torcemos por mais histórias em 2017!

Mas não são apenas nas animações infantis que o Pererê apronta das suas. Leonardo Prioli criou O Saci e a Última Piada como projeto de conclusão do curso de Design pela Unesp de Bauru em 2011. Como referências, relata que trouxe um pouco de expressionismo alemão, o western spaghetti e o cyberpunk japonês – especialmente para os cenários.

No filme, que começa com uma típica cena de “impasse mexicano” dos filmes de faroeste, vemos o Lobisomem encarando o Curupira. Não possuem mais a imponente forma de antes, são homens miseráveis perdidos em cenários urbanos. Curupira e lobo acusam-se mutualmente de coisas não assumidas pelo outro. Mas é tarde para a reconciliação. Resta apenas a luta. E a tudo o saci observa com requintes de crueldade e diversão.

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