Exposição do Saci na Noite dos Museus em Porto Alegre

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Por Andriolli Costa

Em março deste ano, a convite da diretora do museu Júlio de Castilhos de Porto Alegre, Gaby Benedyct, recebi a proposta de levar as páginas da Revista digital Saci Pererê – 100 anos do Inquérito para as paredes do museu. Mais do que isso, a exposição marcaria uma data muito importante, o 13 de maio – a abolição da escravidão. O Saci, como esse mito de liberdade, vocalizaria toda essa mensagem.

Eu nunca havia produzido nada semelhante antes, mas abracei o desafio. Entrei em contato com os artistas que colaboraram com a revista, pedi novas permissões de uso e rediagramei as páginas na forma de uma série de cartazes que foram dispostos no Museu, juntamente com objetos do acervo remetendo ao período dos últimos anos da escravidão. O texto construiria a ponte, mostrando as ligações entre esse saci ancestral e o presente. Por que esse mito comunica tanto conosco? Por que ainda hoje ele inspira livros, games, quadrinhos? Por que ele é tão brasileiro? É isso que tentamos responder.

Nas imagens, ilustrações dos companheiros Aurélio Rauber, Giorgio Galli, Graça Craidy, Joe Santos, José Luiz Ohi, Mikael Quites, Odoberto Lino e Will Chamorro, além de Jay Beard representando a Bandeira do Elefante e da Arara de Christopher Kastensmidt. Também contamos com imagens da obra de Olívio Jekupé, que dá a ver a versão do saci para os indígenas, e do filme Sem Fim, de Fábio Flecha, representando o saci no audiovisual.

A exposição segue até o final de junho, com acompanhamento dos mediadores do museu. Mas eu ainda queria ter a minha chance de fazer essa mediação, de construir essas pontes. E ela veio neste último sábado, 19 de maio, durante e Noite dos Museus.

A Noite dos Museus

Em sua terceira edição, a Noite dos Museus de Porto Alegre é um projeto assinado pela produtora Rompecabezas, que busca promover a visitação e a descoberta dos vários museus da capital gaúcha em meio a atrações musicais. O sábado inteiro foi frio e chuvoso, mas não teve tempo ruim que atrapalhou a beleza que foi a exposição do saci.

Fiz quatro falas, todas diferentes, e para públicos variados. Na primeira falei sobre o saci enquanto mito de liberdade, na segunda sobre as origens do nome do saci, na terceira falei do saci gaúcho (de Simões Lopes Neto ao Sport Club Internacional). Na última, sobre Saci na cultura pop, de Lobato e Ziraldo aos contemporâneos.

Quem esteve lá para curtir as bandas pode se encantar com as histórias do duende brasileiro. Quem foi ver o saci se divertiu com entradas musicais de jazz e rockabilly. Uma delícia!

Aproveitei a presença do sempre parceiro Mikael Quites e puxei ele para o palco dar uma palavrinha sobre o saci pássaro, que compõe a exposição. Pude abraçar também o amigo Christopher Kastensmidt, que conseguiu dar uma passada e prestigiar a apresentação. E tudo isso acompanhado da Jessika Andras, que fez a cobertura fotográfica. Tadinha estava toda adoentada, mas me acompanhou em mais esta caminhada. Que alegria tê-la sempre do meu lado.

Conversei com muita gente, entreguei vários cartões, mas fiquei especialmente feliz quando os estagiários do museu vieram me contar que a exposição está sendo super visitada por escolas e que os alunos ficam muito intrigados com as histórias que encontram. Agradeço a Gaby Benedyct por essa oportunidade!

Quem sabe quantos futuros colecionadores de sacis não podem estar surgindo?

É isso que é tirar o folclore da garrafa.

QUER LEVAR A EXPOSIÇÃO PARA O SEU MUSEU? 

Entre em contato pelo e-mail andriolli_costa@hotmail.com. Estou repensando alguns detalhes, mas a partir do dia 01/06 entrarei em contato.

 

3 Respostas para “Exposição do Saci na Noite dos Museus em Porto Alegre

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